Os oceanos abrigam 97% da água do planeta, reúnem a maior diversidade de espécies existentes na Terra e são importantes para o equilíbrio climático e a manutenção da vida no presente e no futuro. No entanto, toda essa diversidade está correndo risco pelo impacto das ações humanas. Todos os dias, pelo menos oito milhões de toneladas de plásticos chegam aos mares. Milhões de aves e animais marinhos morrem anualmente por causa da poluição plástica.
Segundo dados do WWF, o Brasil é o quarto país do mundo que mais gera lixo plástico. Estima-se que os detritos causem a morte de mais de um milhão de aves marinhas e mais de cem mil mamíferos marinhos todos os anos ao redor do globo. A pesca também sofre com o plástico, pois um a cada três peixes capturados para consumo humano contém plástico.
Além disso, mais de um milhão de sacolas plásticas vão para o lixo a cada minuto. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, basta dizer que o mundo produz 35 mil torres Eiffel de lixo plástico por ano e essa quantidade deverá duplicar até 2060 se o modelo e ritmo de consumo seguir como hoje.
Recentemente, o arquipélago de Fernando de Noronha (PE) deu um grande exemplo para todo o Brasil e o mundo. Realizou uma grande ação coletiva em prol do meio ambiente, dos mares e da vida, por meio do encontro ‘Noronha e Oceanos Sem Plásticos’, reunindo especialistas, ativistas, gestores ambientais, artistas e representantes de entidades ligadas à proteção dos oceanos.
O objetivo com essa ação é alertar sobre a urgência de restringir o plástico, problema grave mundial que está em discussão por 175 países que concordaram desenvolver um tratado global da ONU para redução da poluição plástica a partir de uma articulação iniciada pela França e Brasil.
A ideia é avançar para a circularidade de todos os tipos de resíduos, motivando as indústrias e comércios a agirem pela economia circular, planejando a chegada e o destino final dos principais resíduos. Envolvendo ainda a comunidade local e os jovens no desenvolvimento do programa, identificando também oportunidades de empregos e de negócios para os ilhéus.
Fernando de Noronha foi o primeiro território brasileiro a lançar o Decreto Plástico Zero, que entrou em vigor em abril de 2019. A medida impede o uso e a comercialização de recipientes, embalagens e demais utensílios de plástico descartável de uso único.