Tendência no mercado da construção, Granorte investe na produção de areia industrial
Especializada na produção de material britado para construção, a Granorte é a única empresa do segmento no Maranhão que investe na produção de areia industrial: nova tendência no mercado da construção civil. Segundo a superintendente Ana Paula Vieira Silva, eram produzidas, na Central de Britagem, 20 toneladas por hora e a projeção é aumentar esse quantitativo para 50 toneladas por hora.
“Nós fizemos uma pausa na produção para colocarmos em prática nosso projeto de expansão, haja vista que conhecemos as vantagens desse produto, que gera uma alta demanda”, explicou Ana Paula Vieira, informando que a empresa voltará a produzir, em maior escala, a partir do mês de setembro deste ano.
A empresa, conforme a superintendente, subsidiou vários ensaios tecnológicos no laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em parceria com diversos clientes. O estudo científico ensejou uma bateria de testes e os resultados foram os melhores possíveis, gerando encomendas significativas.
Além disso, a iniciativa da Granorte chamou a atenção de universitários de algumas instituições de ensino superior de São Luís, incluindo a Universidade Ceuma e a UNDB, que estão detalhando a metodologia em suas monografias de conclusão de curso. Em seus trabalhos, eles abordam o emprego da areia industrial na fabricação, por exemplo, de bloquetes e cimento.
A superintendente frisou que a areia industrial difere do pó de brita, uma vez que algumas empresas acabam vendendo “gato por lebre”, o que não é correto, pois os dois produtos diferem conforme suas granulometrias. “O pó de brita tem granulometria de 5 mm para baixo. Já a granulometria da areia equivale a 2,5 mm para baixo”, explicou Ana Paula Vieira.
A areia industrial agrega uma série de vantagens, como economia no uso do cimento, ausência de impurezas orgânicas e materiais argilosos, constância nos traços do concreto, maior aderência da pasta de cimento e preservação de leitos e margens de rios. Trata-se de um agregado gerado pela britagem de rochas e cuja utilização na produção de argamassas tem sido cada vez mais frequente, na medida em que as jazidas de areia natural ou se esgotam ou sofrem restrições ambientais.
O produto é obtido nas instalações de britagem e geralmente tem sua produção em locais mais próximos das centrais de concreto ou das obras, aproveitando parte do material de descarte das minerações. Isso tem aumentado a demanda e feito com que os fabricantes de equipamentos de britagem invistam em tecnologia para obter materiais regulares, com boa distribuição granulométrica e baixo teor de material fino. Ou seja, procura-se ficar mais próximo possível da areia natural, o que permitiria sua substituição total.
Obras civis e de infraestrutura, e até mesmo a construção de rodovias de pavimento rígido, estão entre os mercados. Grandes e pequenas barragens e estruturas de sustentação de energia eólica são outros exemplos.
Fique por dentro
– Além de diminuir os efeitos sobre o meio ambiente, a areia de brita apresenta vantagens econômicas e tecnológicas.
– Ela pode ser processada a seco, eliminando o ônus inerente ao processo via úmida. Por estarem situadas as pedreiras próximas ao mercado consumidor, isso pode reduzir significativamente os custos de transporte.
– Em vários aspectos, pode ter desempenho superior em concreto e artefatos de cimento, entre outras aplicações, comprovadas em vários estudos e resultados reais de aplicação industrial no Brasil e no mundo.
– Fundamental na construção civil, a areia natural tem ficado cada vez mais cara e distante.
– Mais da metade do preço final da areia ao consumidor corresponde ao custo do frete. Um efeito colateral desta situação é que quanto mais distante a exploração, maior é a emissão de dióxido de carbono (CO2) da frota de caminhões.
– A barreira para exploração natural da areia não se limita ao Brasil. Há casos radicais, como no Japão, onde a legislação proíbe totalmente sua adoção.
– A Suécia, por sua vez, estimula a substituição pela matéria prima industrializada por meio de tributos especiais sobre a extração da areia natural.
– Do outro lado do globo, na Índia, Cingapura e Malásia, a legislação é mais flexível. Porém, os resultados têm sido a redução rápida dos recursos naturais.
– No Brasil, como se sabe, é cada vez mais difícil conseguir-se uma licença para exploração de areia natural, independente do tipo da reserva.
– Para agravar, a areia natural precisa ser lavada, o que aumenta o impacto ambiental.
– Processada a seco, a areia de brita elimina o problema, com a vantagem de estar próxima do mercado consumidor.
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