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Sucessão empresarial exige união, foco, competência e muita persistência

As metas de crescimento das empresas familiares no Brasil são otimistas. Um estudo da PWC (PricewaterhouseCoopers) aponta que 78% delas esperam bons resultados para este ano. Essa perspectiva positiva se deve ao forte desempenho antes da Covid-19, no qual 63% experimentaram crescimento e apenas 13% registraram redução nas vendas.

Apesar do momento positivo, muitas empresas dessa natureza acabam entrando para o ranking das que fecham as portas antes do terceiro ano de existência. Uma das explicações é a falta de uma boa estrutura organizacional e da implantação de uma estrutura mínima de governança, uma vez que é comum não haver hierarquia administrativa, ou seja, todos os sócios delegam funções e tomam decisões importantes.

A transição entre gerações pode ser um dos principais desafios enfrentados pelo gestor de uma empresa familiar, de modo que o sucessor tenha capacidade de tomar a melhor decisão, bem como enfrentar as dificuldades que encontrará no decorrer do caminho com preparo e necessário empoderamento para tal

“Os desafios começam quando as próximas gerações vão vindo e a família aumenta. Sou parte da segunda geração de uma empresa familiar e hoje conduzo o negócio com um cunhado”, conta o empresário Márcio Búrigo, presidente do Conselho de Administração da Pozosul Cimentos, em atividade desde a década de 1970, sendo pioneira na produção de cimento com adição de cinzas Pozolânicas.

Búrigo comanda uma empresa familiar que pode servir de exemplo para muitas outras no Brasil. O negócio deu bastante certo, apesar das diversas dificuldades à época da transição, pois as rédeas da Pozosul, com sede em Santa Catarina, tiveram de passar de pai para filhos sem nenhum planejamento. O processo foi delicado e exigiu muita superação e aprendizado. A empresa tem um histórico expressivo nesse ramo de atividade, tendo, entre outras coisas, participado diretamente de grandes obras de infraestrutura, a exemplo da construção de hidroelétricas e túneis como fornecedor de cinza e cimento pozolânico.

O empresário conta que ele, a mãe e os irmãos precisaram assumir o controle com a morte do pai, sendo que, nos primeiros anos da transição, quase foram à bancarrota. “Naquela época, na década de 90, os acordos eram muito pessoais (fio do bigode). Havia pouca formalização de contratos. Logo, tudo foi muito difícil, pois nós não tínhamos a experiência acumulada pelo meu pai para poder tomar decisões do dia para a noite”, revela.

A empresa foi fundada por Aryovaldo Búrigo e tinha como objetivo a comercialização da cinza volante originária da queima de carvão do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. Estudos sobre esse produto levaram Búrigo a pesquisar um cimento que era produzido no exterior, chamado Portland Pozolânico, que possuía em sua composição a mesma cinza que a Pozolana já comercializava.

Mudança repentina

Do dia para a noite, os herdeiros tiveram de tomar decisões sem entender muito do negócio. Surgiram dificuldades financeiras de toda ordem, incluindo atrasos de fornecedores, impostos a pagar, endividamento bancário e por aí vai. A solução veio com muito trabalho, segundo conta Búrigo.

“Contamos com a tecnologia e a informatização. Foi preciso reorganizar processos e documentos, a parte contábil, jurídica e a administrativa, o que levou entre seis ou sete anos até a estabilidade”, conta.

A família utilizou modelos de governança, como, por exemplo, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) para poder trabalhar em diferentes planos. “Nós começamos meio que dividindo as tarefas, mas todo mundo tocava. Até formalizar um outro modelo, que depois veio com o Conselho de Administração, separado do Conselho de Família. Alguns familiares não participarem mais do negócio”, detalha.

O executivo afirma que, mesmo atuando em um setor bastante tradicional que é o da construção civil, a nova proposta da empresa se volta muito para todas as possibilidades de inovação. “Assim como meu pai inovou ao utilizar um resíduo da usina termelétrica como componente do cimento hoje usado no Brasil inteiro, acreditamos que a inovação como base é importante para a nossa continuidade, usando a tecnologia ou não, mas principalmente instigando a mentalidade das pessoas que compõem nossa equipe”, frisa.

Márcio Búrigo foi em busca de conhecimento e aprendizado para administrar o negócio da família. Ele é pós-graduado em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela FGV e tem especialização em Marketing pela Madia Associados SP, além de muitos cursos de especialização em diversas áreas.

Além disso, possui certificação financeira CPA-20 pela Anbima e expertise no desenvolvimento de projetos imobiliários inteligentes em São Paulo e Santa Catarina. Ele é, também, responsável por liderar processos de M&A (fusões e aquisições), pela reestruturação de empresas e implantação de Governança Corporativa e Advisor de performance para empresários e empresas familiares.

No Brasil, as empresas mais bem-sucedidas são também longevas, pois possuem uma gestão estável e agem rapidamente. Elas são de fundamental importância e podem ser consideradas um dos pilares da economia. Há diferentes tipos, sendo que as mais conhecidas são a tradicional, onde a administração é exercida pelos próprios sócios, a híbrida, cuja administração é formada por sócios e por executivos, e a profissionalizada, cujos sócios são apenas quotistas, sendo a administração exercida, em quase sua totalidade, por profissionais contratados para essa finalidade mais comum nas SA de capital aberto.

Há vários aspectos que caracterizam uma empresa familiar e um deles é o senso intenso de propriedade. Como herdaram o patrimônio dos pais e dos avôs, a responsabilidade de continuar os negócios torna-se, às vezes, um pesado fardo, já que os herdeiros não tem no negócio seu sonho de vida. Um outro aspecto diz respeito à longa permanência dos membros (geralmente o patriarca concentrador) da família na empresa.

Segundo o IBGE, as empresas familiares representam cerca de 90% dos empreendimentos. Apesar desse percentual expressivo, apenas 24% delas se prepararam para a sucessão. Visando garantir a longevidade e manter a competitividade, tornando-as mais duradouras. A sucessão, por meio de um planejamento bem feito, é de fundamental importância, uma vez que ele proporcionará não só uma melhor operação com redução de custos, mas organizará a passagem do patrimônio para os herdeiros e sucessores de uma forma gradual, organizada, simples e desburocratizada.

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Tendência no mercado da construção, Granorte investe na produção de areia industrial

Especializada na produção de material britado para construção, a Granorte é a única empresa do segmento no Maranhão que investe na produção de areia industrial: nova tendência no mercado da construção civil. Segundo a superintendente Ana Paula Vieira Silva, eram produzidas, na Central de Britagem, 20 toneladas por hora e a projeção é aumentar esse quantitativo para 50 toneladas por hora.

“Nós fizemos uma pausa na produção para colocarmos em prática nosso projeto de expansão, haja vista que conhecemos as vantagens desse produto, que gera uma alta demanda”, explicou Ana Paula Vieira, informando que a empresa voltará a produzir, em maior escala, a partir do mês de setembro deste ano.

A empresa, conforme a superintendente, subsidiou vários ensaios tecnológicos no laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em parceria com diversos clientes. O estudo científico ensejou uma bateria de testes e os resultados foram os melhores possíveis, gerando encomendas significativas.

Além disso, a iniciativa da Granorte chamou a atenção de universitários de algumas instituições de ensino superior de São Luís, incluindo a Universidade Ceuma e a UNDB, que estão detalhando a metodologia em suas monografias de conclusão de curso. Em seus trabalhos, eles abordam o emprego da areia industrial na fabricação, por exemplo, de bloquetes e cimento.

A superintendente frisou que a areia industrial difere do pó de brita, uma vez que algumas empresas acabam vendendo “gato por lebre”, o que não é correto, pois os dois produtos diferem conforme suas granulometrias. “O pó de brita tem granulometria de 5 mm para baixo. Já a granulometria da areia equivale a 2,5 mm para baixo”, explicou Ana Paula Vieira.

A areia industrial agrega uma série de vantagens, como economia no uso do cimento, ausência de impurezas orgânicas e materiais argilosos, constância nos traços do concreto, maior aderência da pasta de cimento e preservação de leitos e margens de rios. Trata-se de um agregado gerado pela britagem de rochas e cuja utilização na produção de argamassas tem sido cada vez mais frequente, na medida em que as jazidas de areia natural ou se esgotam ou sofrem restrições ambientais.

O produto é obtido nas instalações de britagem e geralmente tem sua produção em locais mais próximos das centrais de concreto ou das obras, aproveitando parte do material de descarte das minerações. Isso tem aumentado a demanda e feito com que os fabricantes de equipamentos de britagem invistam em tecnologia para obter materiais regulares, com boa distribuição granulométrica e baixo teor de material fino. Ou seja, procura-se ficar mais próximo possível da areia natural, o que permitiria sua substituição total.

Obras civis e de infraestrutura, e até mesmo a construção de rodovias de pavimento rígido, estão entre os mercados. Grandes e pequenas barragens e estruturas de sustentação de energia eólica são outros exemplos.

 

Fique por dentro

 

– Além de diminuir os efeitos sobre o meio ambiente, a areia de brita apresenta vantagens econômicas e tecnológicas.

– Ela pode ser processada a seco, eliminando o ônus inerente ao processo via úmida. Por estarem situadas as pedreiras próximas ao mercado consumidor, isso pode reduzir significativamente os custos de transporte.

– Em vários aspectos, pode ter desempenho superior em concreto e artefatos de cimento, entre outras aplicações, comprovadas em vários estudos e resultados reais de aplicação industrial no Brasil e no mundo.

– Fundamental na construção civil, a areia natural tem ficado cada vez mais cara e distante.

– Mais da metade do preço final da areia ao consumidor corresponde ao custo do frete. Um efeito colateral desta situação é que quanto mais distante a exploração, maior é a emissão de dióxido de carbono (CO2) da frota de caminhões.

–  A barreira para exploração natural da areia não se limita ao Brasil. Há casos radicais, como no Japão, onde a legislação proíbe totalmente sua adoção.

– A Suécia, por sua vez, estimula a substituição pela matéria prima industrializada por meio de tributos especiais sobre a extração da areia natural.

– Do outro lado do globo, na Índia, Cingapura e Malásia, a legislação é mais flexível. Porém, os resultados têm sido a redução rápida dos recursos naturais.

– No Brasil, como se sabe, é cada vez mais difícil conseguir-se uma licença para exploração de areia natural, independente do tipo da reserva.

– Para agravar, a areia natural precisa ser lavada, o que aumenta o impacto ambiental.

– Processada a seco, a areia de brita elimina o problema, com a vantagem de estar próxima do mercado consumidor.

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Escolha do agregado é essencial para a qualidade da obra

Eles são de suma importância para o setor da construção civil. Esses materiais granulares com dimensões e propriedades adequadas para a elaboração de concreto e argamassa são provenientes da mineração e sua granulometria é definida pelo processo de britagem. Na verdade, são as substâncias minerais mais consumidas no Brasil e no mundo.

O termo deriva do fato da areia e da brita serem utilizados para fabricação de produtos artificiais resistentes associados ao cimento para fabricação de concreto e ao betume para produção de asfalto. Areia, saibro, cascalho, rocha britada e reciclados são alguns exemplos. Eles podem ser utilizados na construção de habitações populares, edificações residenciais, comerciais, industriais, em obras públicas, serviços de infraestrutura, pavimentação e manutenção de ruas e estradas, entre outros.

Comparando-se com os outros setores da mineração, o de agregados tem características bem típicas, como grandes volumes de produção, beneficiamento simples e baixo preço unitário, havendo sempre a necessidade de proximidade entre a fonte produtora e o local de consumo.

Segundo Hellayne Gomes Farias, encarregada do Laboratório de Concreto da Megamix, que atua nesse mercado há 12 anos, a qualidade do material é algo decisivo para evitar patologias ou colapsos na estrutura.

“Nós sempre levamos em consideração a qualidade do insumo, atentando para o baixo material pulverulento, uma vez que o aumento desse material no concreto traz problemas em relação ao alto consumo de água e cimento e, consequentemente, referentes a calor de hidratação, que provoca anomalias no concreto”, frisa.

Segundo José Carlos Salgueiro, diretor da Granorte, empresa especializada na produção de material britado para construção, optar por um agregado de valor barato (composto por britas que podem ser de diferentes granulometrias) apenas por economia e não se atentar à sua qualidade pode gerar um custo mais alto na hora da compra do cimento.

“O cliente pode comprar agregados em locais que não seguem os padrões de qualidade e misturá-los. Logo, quando ele for realizar o concreto, possivelmente terá problema com relação a sua resistência”, afirma.

Há uma série de agregados que servem para diferentes tipos de funções. Eles se dividem, primariamente, em duas categorias: miúdos e graúdos. Os agregados miúdos (areia) são utilizados para a fabricação de argamassas para reboco, contrapiso, na fabricação de argamassas colantes e também nos concretos. Já os graúdos, brita 0 e brita 1, são utilizados para a fabricação dos concretos.

Quando se fala em agregados para concreto, os principais são brita 1, brita 0, pedriscos e areia. Todo concreto necessita de areia. Já as britas podem ser utilizadas em conjunto para concretos convencionais, tipo blocos de fundação, estruturas (pilares e vigas). Isoladamente, é comum utilizar a brita 0 em concretos para estacas moldadas in loco (do tipo hélice contínua) e em paredes de baixa espessura.

Além de melhorar o desempenho do concreto, os agregados podem proporcionar economia, uma vez que sua compacidade (baixo teor de vazios) depende da curva granulométrica e a composição dos agregados no traço, fazendo com que o consumo de cimento seja baixo. Consequentemente, gera também uma economia, pois o cimento é o insumo mais caro na formulação de concreto.

 

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