Elas se orgulham de trabalhar em uma empresa do ramo industrial e ganham cada vez mais representatividade em uma área ainda dominada por homens
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A presença de mulheres nos diversos setores da construção civil tem se mostrado cada vez mais forte nos últimos anos. Apesar de ainda representarem uma parcela inferior a 20% do total de profissionais nesse ramo, as pesquisas mais recentes indicam um crescimento significativo.
Segundo dados mais recentes do Painel da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho relativos a 2020, a participação das mulheres trabalhando com carteira assinada teve aumento de 5,5% em relação ao ano anterior.
Os dados também mostram que o número de postos ocupados por elas aumentou de 205.033 em 2019 para 216.330 em 2020. O aumento dessa participação se deve à maior procura das mulheres em busca de capacitação para atuar no setor. Para elas, essa mudança implica em mais empoderamento.
“Elas fazem a diferença. São competentes, comunicativas e extremamente dedicadas. Felizmente, há cada vez mais mulheres dispostas a enfrentar e vencer a desigualdade e o preconceito, pavimentando uma carreira em um segmento ainda dominado por homens. Aqui, elas ocupam diversos cargos”, diz o publicitário Pedro Salgueiro, da equipe da Granorte S/A, com sede em Bacabeira (MA).
Pedro Salgueiro conta que a empresa especializada em exploração, beneficiamento e comercialização de material britado para construção tem pelo menos dez funcionárias em seus quadros, sendo que algumas foram admitidas recentemente. É o caso de Amanda Duarte, que assumiu a Gerência Administrativa e Financeira há apenas três meses.
“Como mulher, eu me sinto realizada em receber a confiança do corpo diretivo da empresa, composto por homens. E trabalhar aqui também representa um recomeço na minha vida, pois perdi meu marido e precisei me ausentar do mercado, mas a empresa tem me permitido reingressar no campo profissional, contribuindo para o meu empoderamento”, afirma ela, que ficou viúva há três anos e tem uma filha de seis.
Amanda revela que tem prazer em trabalhar neste nicho, onde atua desde 2018, seja como consultora financeira ou funcionária direta, podendo participar de um quadro de gestão financeira com um papel de responsabilidade para a tomada de decisões. “Além, claro, de ter autonomia para negociar com fontes de recursos, ou seja, bancos e fornecedores”, frisa.
A coordenadora do Setor Pessoal da empresa, Thaila Albuquerque, que está há um ano na Granorte, acrescenta que trabalhar nesse segmento é uma experiência desafiadora e extremamente gratificante. “Ver projetos concluídos e saber que contribuí nesse processo é uma sensação incrível. Também me permite ter oportunidade de aprender novas habilidades e expandir as que já domino”, afirma.
Thaila tem a consciência de que o trabalho que realiza é gratificante e essencial para seu desenvolvimento profissional e pessoal. “Na Granorte, além de ter oportunidade de crescimento e liberdade de expressão para a tomada de decisões, também me sinto envolvida, participando ativamente dos novos projetos”.
De serviços gerias a coordenadora administrativa
Há mais tempo na empresa, a coordenadora administrativa Marynalda Ferreira da Silva começou como faxineira, assim que foi admitida, em 2014. “Durante nove anos, passei por diversos setores e cargos, tais como almoxarife, assistente administrativa, analista de qualidade e meio ambiente. Tudo isso contribuiu para o meu empoderamento na empresa e mostra que lugar de mulher é onde ela quiser”, orgulha-se.
Solteira e mãe de uma filha, Marynalda ressalta que tem satisfação de fazer parte de uma empresa acolhedora que investe em seus colaboradores, dando suporte e oportunidades de crescimento. “Durante toda minha trajetória na Granorte, me foram proporcionadas qualificações técnicas visando ao meu crescimento profissional, inclusive fora do meu estado de origem. Isso é gratificante para qualquer mulher. E mais ainda quando se trata do setor da industria da construção civil, área ainda com forte presença masculina”, pontuou.
Ana Paula Vieira, superintendente da empresa, destaca o crescimento da mão de obra feminina tanto no setor administrativo quanto no operacional da Granorte. Ela diz que, especificamente sobre a cultura de gêneros, a quebra desse paradigma depende muito mais do líder do que dos liderados.
“A situação só se torna um problema quando não se enxerga uma solução. Percebo que, atualmente, a mão de obra disponível no mercado já vem sendo moldada a essa nova realidade. No meu caso, por exemplo, minha equipe não me enxerga como mulher apenas, mas como uma líder que trabalha junto com eles para alcançar um objetivo em comum”, finaliza.
Mulheres no setor da construção civil
Entre os estados com maior desigualdade no que se refere a participação das mulheres na construção civil, estão: São Paulo, com apenas 15,5% de um total de 319.790 profissionais, Alagoas, com 18,05%, e Paraná, com 18,73%. Por outro lado, entre os estados com menor desigualdades estão Roraima (33,31%), Pará (28,23%), e Acre (27,44%).