Edilson Baldez

Entrevista – “A Expo Indústria significa exatamente a força da retomada da economia maranhense”

“Precisamos pensar o Maranhão como política de Estado, para que os gestores deem continuidade às políticas públicas pensadas e articuladas entre os diversos atores sociais”. A afirmação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, Edilson Baldez das Neves, que tem realizado um trabalho focado no fortalecimento de um ambiente de negócios salutar no estado. Nesta entrevista, além de falar sobre o momento atual, ele destaca as expectativas para a realização da Expo Indústria, a ser realizada de 26 a 29 de maio, no Multicenter Negócios e Eventos.

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Quais os gargalos que a indústria maranhense enfrenta para deslanchar, apesar de todas as vantagens competitivas que o Maranhão possui?

Edilson Baldez – De imediato, as empresas maranhenses, de modo geral, precisam ser mais competitivas e sustentáveis no mercado, não somente no interno, mas no de outros estados do Brasil e do exterior. Quem gera emprego, também agrega valor aos seus produtos. Exportamos soja, milho, celulose e outros produtos sem maior agregação de valor.  Na hora que você agrega pouco valor, emprega menos, cria menos riquezas para o estado e para o país.

O que está sendo feito para mudar essa realidade?

Edilson Baldez – Nós, na Fiema, estamos estudando várias alternativas com o Grupo de Trabalho Pensar o Maranhão. Não podemos pensar no Maranhão como política de governo, focado em quatro ou oito anos. Precisamos pensar o Maranhão como política de Estado, para que os gestores deem continuidade às políticas públicas pensadas e articuladas entre os diversos atores sociais, numa visão de longo prazo. Exportar soja é bom, mas é também importante que se faça o esmagamento, que se exporte o óleo, o farelo e assim sucessivamente.

Que exemplos podem se dados?

Edilson Baldez – O Brasil faz muito isso, exporta muitas commodities. No caso do ferro, por exemplo, a gente exporta o minério de ferro e o ideal seria trabalhar e exportar a matéria pronta. Há também um deficit de qualificação da nossa mão de obra, a necessidade de profissionalização e alguns problemas de infraestrutura que estão sendo equacionados, aos poucos, pelo poder público.  Estamos saindo de uma pandemia. O momento é de retomada e a cada dia reforço que a parceria público-privada e a segurança jurídica são fatores determinantes para que o desenvolvimento de fato aconteça.

O que significa a realização da Expo Indústria Maranhão neste momento em que ainda estamos em endemia?

Edilson Baldez – A Expo Indústria significa exatamente a força da retomada da economia maranhense, na tentativa de superar a crise provocada pela pandemia que afetou a todos os empresários e negócios de todos os portes. Há empreendimentos já instalados aqui ou em processo de implantação, aumento da exportação pelas empresas maranhenses, polos industriais locais, como o de couro. O evento é um reflexo desse momento favorável. Estamos oferecendo oportunidades de negócios, de inovação, de acesso às informações mais atuais no ambiente empresarial, nas áreas de tecnologia, sustentabilidade, disrupção, de obtenção de crédito e de como firmar importantes parcerias comerciais internacionais.

Qual a projeção?

Edilson Baldez – Nossa projeção é a de gerar uma movimentação financeira no estado no valor de R$ 200 milhões. Nós teremos rodadas de negócios nacionais e internacionais que ocorrerão durante a Expo Indústria 2022, promovendo reuniões entre produtores locais e executivos de grandes empresas. Em resumo, a iniciativa do Sistema Fiema e CNI em conjunto com o Governo do Estado, o Sebrae-MA e a Fecomércio, e os mais importantes entes que atuam com o propósito de criar uma cultura de integração e articulação vai oferecer várias possibilidades para as empresas maranhenses melhorarem a performance e, consequentemente, sua produtividade e sustentabilidade.

De que forma o Sistema Fiema tem contribuído para o fomento e o fortalecimento de um ambiente de negócios salutar no Maranhão?

Edilson Baldez – A Expo Indústria é um dos eventos, realizados por nós, com objetivo claro de contribuir para a melhoria do ambiente de negócios no estado, por congregar vários aspectos: considerável abastecimento de informações atualizadas, trazidas pelos maiores especialistas do Brasil, em diversas áreas, e necessárias ao desenvolvimento da atividade empresarial, oportunidades de exposição de produtos e serviços, de linhas de crédito, de know-how para exportação e possíveis acordos a serem firmados com o exterior, entre tantas outras vantagens.  Além disso, precisamos retomar com todos os cuidados necessários, inciativas voltadas para o fortalecimento da atividade industrial, destacando a sustentabilidade empresarial. Destaco, porém, o relacionamento com o poder público como um dos pontos mais importantes nessa tarefa. O poder público tem a função primordial de promover desenvolvimento.

De que forma é estabelecido esse diálogo?

Edilson Baldez – Nós procuramos fazer com que o poder público entenda que, sozinho, não se faz tudo e nem se consegue todas as soluções para os problemas. O setor produtivo é um parceiro fundamental, estratégico, pois é quem emprega, quem gera renda e riqueza, para que o poder público possa se manter. Somos nós que pagamos impostos, que investimos e que aquecemos a economia. Hoje, temos feito uma série de ações em conjunto com o governo, que vão desde a elaboração de projetos, realização de eventos, discussões de temas de interesse mútuo e até de iniciativas que impactam em nossas atividades.

Qual o significado da Expo Indústria para as missões do Sistema FIEMA de desenvolvimento sustentável da indústria, articulação e integração empresarial?

Edilson Baldez – A Expo Indústria Maranhão reúne empresas expositoras, participantes, milhares de visitantes por dia. São números que vem sendo superados a cada edição. Além disso, é uma iniciativa de todas as entidades que integram o Sistema Fiema (Sesi, Senai, IEL e a própria Federação e a CNI), com o Governo do Estado, o Sebrae-MA e a Fecomércio, que atuam com o propósito de criar essa cultura de integração e articulação empresarial e, é claro, de desenvolvimento. Nossos patrocinadores são alguns dos mais importantes empreendimentos instalados no estado, que atuam com responsabilidade social, contribuindo com a geração de emprego e com o fomento de nossa economia.

O que significa realizar um evento como esse?

Edilson Baldez -Realizar um evento deste porte e que a cada edição ganha novas dimensões e atratividades é um enorme desafio, mas sobretudo uma demonstração de que a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão – e suas entidades, que atuam, juntos, em prol da profissionalização e da qualidade de vida do trabalhador maranhense – está cumprindo sua missão.  Esse ano serão quatro dias de evento e o que poderá ser visto pelos visitantes da Expo Indústria é uma indústria local em amplo processo de desenvolvimento e empresários integrados em seus propósitos e trabalhando o tema da sustentabilidade tanto no sentido econômico como no sentido ecológico.

Este ano, a Expo Indústria Maranhão contará com um tema discutido em todo o mundo: a sustentabilidade. Essa escolha é decorrente também da pandemia de Covid-19?

Edilson Baldez – Há dois anos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vem discutindo a sustentabilidade em eventos nacionais e internacionais, como a COP 26 e o Fórum Amazônia +21. Aliado a questão ambiental, tão importante e necessária, ainda mais com a pandemia, que levou diversas empresas à falência, é discutir a sustentabilidade financeira das empresas.

O setor industrial adota princípios da sustentabilidade, como ética, transparência e respeito à sociedade e ao meio ambiente, entendendo que investimentos em projetos ambientais geram ganhos econômicos e sociais e contribuem para a consolidação de uma economia de baixo carbono. A CNI e a FIEMA trabalham na mobilização do setor industrial e na articulação com o governo em todas as esferas. É necessário maior alinhamento das políticas ambientais com políticas tributárias, de infraestrutura e de inovação. Também são fundamentais normas que proporcionem maior segurança jurídica e estimulem o desenvolvimento de soluções inovadoras em produtos, processos e novos modelos de negócios. A indústria deseja cada vez mais, ser parte da solução no desenvolvimento sustentável do país, tendo como norte o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Quais temáticas estão previstas na quarta edição da Expo Indústria Maranhão?

Edilson Baldez – Questões como bioeconomia, economia circular, energia renováveis, licenciamento ambiental, resíduos sólidos, sustentabilidade financeira fazem parte dos assuntos que vamos abordar na feira.  Eu sempre destaco que a Expo já é o maior evento multissetorial da indústria da Região Nordeste do Brasil e se justifica pela necessidade de mostrar a importância do setor produtivo maranhense, promovendo o intercâmbio de experiências entre indústrias nacionais e regionais, o setor produtivo e particularmente interagindo com a população, que nem sempre conhece a indústria local e seus produtos. Serão quatro dias de evento, em um ambiente inovador, visando impulsionar os negócios e a promoção de networking qualificado, fortalecendo o posicionamento de marcas, produtos e serviços. Chegamos à quarta edição da Expo Indústria com diversas atratividades, milhões de reais investidos e alto comprometimento na organização do evento.

Quais as contribuições da Expo Indústria?

Edilson Baldez – Promover a diversidade da indústria maranhense e seus fornecedores; fomentar a atividade industrial sustentável, criando um ambiente propício à oferta e procura de oportunidades de negócios levando soluções inovadoras e projetos tecnológicos aos participantes do evento; aumentar a rede de relacionamento; promover novas parcerias e estar em consonância com as principais necessidades dos empresários estão entre as contribuições da Expo para a economia do Estado. Além disso, destaco a contribuição para a melhoria da competitividade e sustentabilidade das empresas industriais, consequentemente do Maranhão, assim como a oferta de ferramentas inovadoras e adequadas para auxiliar a gestão das empresas industriais no Maranhão.

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Centro das Indústrias do Maranhão retomará atividades com nova diretoria

O empresário Cláudio Azevedo é o novo presidente do Centro das Indústrias do Maranhão (Cimar) para o biênio 2022-2024. A entidade sem fins lucrativos retoma suas atividades para aproximar empresas industriais, agroindustriais, do agronegócio, empresários, associações ligadas ao setor produtivo e afins, bem como aquelas com a finalidade diretamente relacionada aos interesses da indústria.

“O Centro renasce com uma proposta em defesa da indústria, da agroindústria e do agronegócio. É um momento muito importante para que todas as entidades de classe possam se unir neste momento de crise econômica no Brasil”, disse Cláudio Azevedo, que também atua no setor industrial como presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão, ex-presidente da Associação das Siderúrgicas do Brasil em Brasília, ex-presidente da Associação dos Criadores do Maranhão e vice-presidente executivo da Fiema.

O Cimar, conforme Azevedo, atuará em defesa das empresas. “É uma forma que nós encontramos de trazê-las para a Casa da Indústria, uma vez que a própria Fiema tem uma estrutura sindical. Muitas das vezes, as empresas são representadas pelos seus sindicatos. Agora, elas estarão aqui participando conosco das discussões e decisões econômicas e políticas”, complementou.

A diretoria é formada ainda pelos empresários Luiz Carlos Cantanhede Fernandes (1º vice-presidente), Celso Gonçalo de Sousa (diretor administrativo), João Batista Rodrigues (diretor financeiro), Fernando Palácio Duailibe, José Antônio Gorgen, Benedito Bezerra Mendes, Fábio Ribeiro Nahuz,  Nelson José Nagem Frota (membros efetivos do Conselho Fiscal), Pedro Robson Holanda da Costa e Nayhara Miranda Vasconcelos (suplentes do Conselho Fiscal).

A eleição e a posse ocorreram na sede da Fiema, reunindo empresários de diversos setores, além de presidentes das entidades de classe da Fiema, Faema/Senar, ACM-MA, Sebrae, Fecomércio e Ascem, recebidos pelo anfitrião, Edilson Baldez das Neves, presidente da Fiema.

O líder do setor industrial frisou a importância da reestruturação do Cimar para o setor empresarial. “Vejo um Cimar novo, forte, mobilizado, e que renasce em um momento onde há a compreensão da força do empresariado, da importância da união das entidades de classe do comércio, da agricultura, da indústria, enfim, todos juntos para alçarmos os objetivos, que não são nossos, mas que serão capazes de destravar caminhos que levarão à geração de riquezas para o nosso estado e renda para a nossa população, além de empresas mais fortes, bem representadas e competitivas”, afirmou Edilson Baldez.

 

Atividades

O Cimar foi fundado em 1967, mas estava com as atividades paralisadas desde 2003. Teve como primeiro presidente o empresário e executivo Luís da Rocha Porto, do ramo da Oleaginosas Maranhenses S/A (Oleama), indústria fabricante de sabões, velas, óleo de coco de babaçu e produtos saneantes.

Em 2019, ressurgiu a partir da mobilização de um grupo formado pelo setor produtivo e por antigos associados, que elegeu uma diretoria provisória, presidida por Luiz Fernando Renner, que é vice-presidente executivo da Fiema e coordenador do Grupo de Trabalho “Pensar o Maranhão”. Até então, atuou na aprovação do novo estatuto social da entidade, com alterações, principalmente, na composição da diretoria, mandatos e abrangência econômica, assim como a atração de novos sócios e promoção de processo eleitoral da nova diretoria, que ocorreu nesta terça-feira, 5.

Daqui para frente, a proposta é que as ações se sustentem na preservação dos interesses gerais do setor e de seus associados, além de fomentar discussões, debates, levando até as autoridades competentes temas de interesse das classes produtoras, entre eles, entraves que impedem o desenvolvimento econômico do estado.

 

Pós-crise

O presidente da Fecomércio, Maurício Feijó, disse que a pandemia fortaleceu a relação entre as entidades e que o Cimar somará nesse momento pós-crise. “Estamos juntos, integramos vários projetos durante a pandemia, como o Avança Maranhão, o Pensar o Maranhão, e unidos superaremos os entraves com o setor público e com o setor privado”.

O presidente da Associação Comercial do Maranhão, Cristiano Fernandes, destacou que agora é a hora da retomada das atividades econômicas e de um novo momento para o Maranhão. “Essa união é de suma importância, vamos colocar em prática muita coisa pensada nesse período”.

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